Foi-se o tempo no qual eu esperava ansiosamente ele chegar. Mal acabava um carnaval e já estava suspirando pelo outro.
Comecei a curtir o carnaval no final da década de 90. Naquela época ainda havia espaço para o folião pipoca e não existia tanta vulgaridade como atualmente, as pessoas eram mais simpáticas e educadas. Com o passar dos anos, o carnaval foi perdendo o seu encanto, fui crescendo e algumas coisas não faziam mais parte de mim, coisas essas que antes não me incomodavam em nada.
O carnaval me encantava. Subia e descia a Barra/Ondina com a maior felicidade do mundo, achando tudo lindo, porque aqui na Bahia, tudo é lindo, meu rei! Bebi a água mineral do candial e fiquei bem legal. Ganhei colar do Gandhy sem precisar beijar, tomei banho de chuva e corri dela também. Beijei um, beijei dois, beijei três, me apaixonei e não beijei mais nenhuma vez. Dei a volta no trio, me perdi, me achei, me perdi de novo. Me metia nas muvucas, corria na lambretinha e no final das contas, todo mundo era meu 'amigo', não tinha tempo ruim, como diz o bom baiano, era só alegria. Fui atrás do tão falado arrastão da quarta-feira de Cinzas e cheguei em casa arrastada, descabelada e arrasada.
Aí meu velho, o bom carnaval começou a perder suas características (desde que o conheço). A era moderna foi surgindo, as privatizações começaram a dominar o poder público e o folião ''pipoca'' perdeu seu espaço para brincar. De um lado, ruas tomadas pelos blocos privados que com suas cordas de isolamento empurram os pipocas, gerando muito babado, gritaria e confusão. Por outro lado, os camarotes que ocupam toda as laterais da avenida, não deixando nenhum espaço para o povo, e a consequência é o aumento da violência. Os vendedores ambulantes se instalam onde bem entendem, ocupando as ruas sem nenhum planejamento. É tanta desordem que esse ano foi vendido espaço para montar camarote em posto de gasolina. Como é isso, produção?!
Mas quem tá ligando pra tudo isso aí? O povo quer festa, quer beber, quer beijar, quer dançar, quer curtir! A ordem é se divertir, não importa se tá apertado, não importas as brigas, não importa ser roubado, não importa se tem que pagar caro por um abadá.
Afinal, é carnaval minha gente!
vc esqueceu de falar de um carnaval que você dormiu por 30 minutos e ainda babou na mesa do barzinho hhaahaahau
ResponderExcluirmuita resenha